Cachorro com raiva no meio de outros caes

Entre as muitas mazelas que podem, infelizmente, atingir nossos cães, está a raiva canina. Mas mesmo sendo uma doença preocupante, existem formas de evitar que ela ataque nossos peludos.

Mas, antes de falarmos como evitar e os sintomas dessa doença, vamos primeiro saber o que ela é, exatamente.

O que é essa doença e porque ela tem esse nome?

Ela nada mais é que uma doença infecciosa causada por um vírus. Este ataca o hospedeiro se ligando aos seus nervos e, já dentro deles, migra até chegar ao cérebro. E é aí que o perigo mora.

Quando ele alcança essa região, a infecção começa a se espalhar por entre os tecidos que foram atingidos, e essa é nem a pior parte, por incrível que pareça. Pelo fato da doença se alastrar muito rapidamente, seu nível de óbito é praticamente total. Levando quase 100% dos infectados à morte.

E ao contrário do que muitos podem pensar, essa não é uma doença que ataca somente cães, apesar do seu nome. Ela também infecta felinos, ruminantes, morcegos e muitos outros tipos de mamíferos. É também uma zoonose, o que significa que ela é transmitida para seres humanos.

O que quer dizer que ela é um perigo não só para os nossos amigos de quatro patas, mas também para nós, e é por isso que os cuidados precisam ser redobrados se você quer evitá-la.

Outro curiosidade com relação a essa mazela é seu nome. Por que leva o título de raiva canina se também infecta outros animais e seres humanos? Porque até 2003, o cão era o principal transmissor da raiva para humanos.

cao babando de raiva com doença avancando

De onde vem a raiva e como é feito o contágio?

A raiva vem da mordida do animal infectado. Quando o vírus se aloja, ele fica concentrado principalmente na saliva do hospedeiro, passando assim, a doença para outra pessoa ou animal.

Um fato que muitos tutores devem ficar atentos e provavelmente não sabem é que gambás e guaxinins também são transmissores dessa mazela. Por isso, se você mora em área rural ou visita esses lugares com frequência, fique atento ao seu pet.

Quais são os sintomas apresentados nos cães?

Agora que você sabe o que é e como é transmitida, vamos falar sobre os sintomas. É justamente conhecendo esses sinais que você estará apto a salvar o seu pet antes que seja tarde demais.

Muita gente acha que todo cachorro com raiva vai apresentar a famosa espuma de saliva na boca. E este é realmente um dos sintomas da doença, mas não é o único. Mesmo porque a mazela detém diversos estágios e por conta disso, seus sinais mudam de acordo com a sua evolução.

Basicamente, esta infecção é dividida em duas etapas: raiva furiosa e raiva paralítica.




A raiva furiosa é a primeira fase da mazela e consiste nos seguintes sintomas:

  • Agressividade;
  • Excitação;
  • Depressão;
  • Medo;
  • Demência;
  • Ansiedade.





Essa primeira parte dura de um a quatro dias e, como deu para perceber, seus sintomas afetam o comportamento do cão.

Já a raiva paralítica, que é a segunda parte da evolução da doença, se mostra por meio de sintomas neurológicos, como:

  • Salivação;
  • Dificuldade em engolir;
  • Falta de coordenação motora;
  • Paralisia.

Deu para perceber que aqui os sintomas são muitos mais graves, e as chances do seu cão morrer são extremamente altas. Quando o animal está neste estágio, normalmente ele falece após 48 horas. Isso porque é uma doença de evolução rápida.

Por isso é muito importante ficar de olho no seu pet, além de protegê-lo corretamente tomando certos cuidados e com a vacina, é claro.



Como é realizado o diagnóstico da raiva canina?

Infelizmente, não existe nenhum exame concreto que possa confirmar a doença enquanto o animal está vivo. A única forma de diagnosticar a raiva é com exames no tecido cerebral, que só podem ser feitos após a morte do pet.

Como é feito o tratamento no animal doente?

Não existe tratamento e nem cura para a raiva. É por isso que na maioria dos casos onde o veterinário enxerga sinais claros de raiva canina, a eutanásia é recomendada.

A vacina da raiva é 100% eficaz, preciso fazer a quanto tempo?

A boa notícia é que existe uma forma muito eficaz e simples de proteger o seu amigo peludo: com o uso da vacina.

A vacina tem um nível de proteção bem próxima de 100%. Com essa atitude simples você deixa essa doença horrível longe do seu pet.

A primeira dose deve ser administrada no cachorro entre os três e cinco meses de vida. Depois disso, um reforço precisa ser feito anualmente.

É óbvio, mas vamos frisar que é muito importante manter a carteirinha do seu peludo em dia. Só assim você evitar perdê-lo por raiva ou outras doenças. E você ainda tem a opção de fazer isso numa clínica particular ou procurar pelas campanhas de vacinação gratuita que acontecem todos os anos.

Ou seja, não tem desculpas. E lembre-se sempre de verificar se a clínica onde está levando o seu amigo, é de confiança.

E sobre a doença em humanos, como funciona?

A transmissão de raiva em seres humanos acontece da mesma forma que nos animais. A pessoa precisa ter contato, ou seja, ser mordida por um animal, mamífero, que esteja infectado com o vírus.

Uma curiosidade é que mesmo sendo uma doença que evolui com muita velocidade, ela demora para atingir o cérebro. Após se alastrar no sistema nervoso e finalmente começar a caminhar até a nossa cabeça, o vírus se move apenas 12 milímetros por dia.

Mas é claro que isso não diminui o perigo dessa doença, pelo contrário. É justamente por ser silenciosa que o seu risco é ainda maior.

Outro fato interessante e que você deve ficar atento é que mesmo sendo transmitida por vários animais, o cachorro e o morcego estão entre os que mais passam essa doença para os seres humanos.

Vacina anti rabica para cachorros prevencao

Quanto aos sintomas, eles são bem parecidos com os vistos nos cães:

  • Desorientação;
  • Confusão mental;
  • Alucinações;
  • Agressividade;
  • Dificuldade em engolir;
  • Paralisia motora;
  • Espasmos dos músculos;
  • Salivação em excesso.

Evolução da raiva humana

Nos seres humanos, a evolução da raiva acontece em quatro etapas: incubação, pródromos, encefalite e coma e óbito.

Na incubação, o vírus se espalha pelos nervos periféricos de forma lenta. Daqui até a última parte, existe um intervalo que pode ser de um a três meses. Contudo, caso a pessoa leve uma mordida/ arranhão no rosto ou nas mãos, esse período diminui.

Em seguida, temos o pródromo. Aqui, observamos sintomas que são considerados não específicos e ocorrem antes da encefalite. O paciente apresenta vômito, dor de cabeça, mal estar, dor de garganta e febre baixa. Em alguns casos é possível observar igualmente dor, dormência e coceira na região da mordida/arranhão.

O próximo estágio é a encefalite. Neste momento acontece a inflamação do sistema nervoso central.

E por fim temos o estado de coma e óbito, que acontece após 2 semanas depois do início dos sintomas.



Tratamento

Praticamente todo o processo é o mesmo dos cães, o que quer dizer que não existe tratamento após o paciente apresentar sintomas da raiva. Por outro lado, o indivíduo pode tomar vacina contra raiva ou fazer um tratamento com anticorpos (imunoglobulina), que são super eficazes se aplicados com antecedência, ou seja, assim que a mordida acontecer.

Cuidados após a mordida

Caso você seja mordido ou arranhado por algum animal que tenha a capacidade de transmitir raiva, lave bem o local ferido com água e sabão. Isso evita a contaminação pelas bactérias presentes na saliva do indivíduo.

Em seguida, vá direito para um hospital. Lá você irá saber se vai precisar tomar a vacina antirrábica. Normalmente quando esse tratamento é indicado, o paciente também é vacinado contra tétano, caso a última dose tenha sido há mais de 10 anos atrás.

dog preto mordendo um branco no campo aberto

Além desses cuidados, se tiver sido mordido por algum animal selvagem, se possível, capture o bicho para que o veterinário procure por sinais de raiva. Porém, se você não conseguir pegá-lo, então o tratamento deve ser iniciado imediatamente.

Neste caso, então, os passos dados pelos médicos podem incluir até 10 dias seguidos de vacinação, além do uso da imunoglobulina. Mas isso vai depender da gravidade da situação.

Agora, se você levou a mordida do seu pet, basta levar a carteirinha de vacinação dele. Se estiver em dia, é bem provável que o tratamento não seja necessário.

Seja como for, não deixe de procurar por um médico, seja você for mordido ou não pelo seu cão.

Como deu para perceber, a raiva não deve ser subestimada, em hipótese alguma.

Ter um pet em casa é uma responsabilidade muito grande, por isso, pense muito bem antes de pegar um. A partir do momento que você se compromete a adotar um cachorro, ele dependerá 100% de você, inclusive para não ficar doente.

Sendo assim, mantenha sempre a carteirinha do seu amigo em dia e siga as recomendações dadas pelo veterinário.

E você, já vacinou seu amigo esse ano?

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